quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Dia 16 - Carta para alguém da tua infância

Ano de 2000. Jardim 2. Não me lembro com clareza, mas sei que você foi minha primeira amiguinha.Na verdade eu tenho uma memória horrível e não lembro de quase nada da minha infância, mas lembro que, desde nosso Jardim 2, quando nos conhecemos, você tinha uma nova "melhor amiguinha" a cada ano, e isso me deixava muito triste. Os anos passavam, entravam novas pessoas no colégio, e você sempre encontrava alguém para ocupar o meu lugar. Ou o lugar que eu achava que era meu. Porque, para mim, você era de uma importância muito grande. Como já disse, minha primeira "melhor amiguinha" poxa, 12 anos que te conheço, e hoje é como se fossemos desconhecidas. Mas não é esse o caso. É que eu sempre te considerei uma grande amiga, e pra você eu era sempre a segunda opção, sabe? Eu tenho reclamado demais em meus textos sobre essa coisa de ser "substituível", de ser a segunda opção, de não ser importante e mimimi, mas é o que eu sinto poxa. Eu mesma me acho uma chata falando disso quase o tempo todo, mas você lembra? Até a sexta série eu estudei com você, e sempre estive ali ao seu lado, disposta pra quando você quisesse me dar uma real importância, mas sempre entrava alguém novo no colégio que você acabava ficando super amiga e esquecendo de mim. Mas tudo bem, com o tempo eu também tive minhas "melhores amigas", e hoje aprendi que não preciso desse tipo de "rótulo" porque eles não significam nada. Na verdade eu acho que tenho trauma de rotular as pessoas como mais ou menos importantes. É claro que tem umas que são mais importantes que as outras, mas sei lá, parece que eu sempre acabo perdendo, sabe? Aí hoje eu aprendi que eu tenho apenas amigos, bons amigos. Uns mais amigos que outros, mas enfim... Sem dramas, você vai ser sempre minha amiga do Jardim 2, aquela que eu conheço a vida toda, mesmo que agora você não seja mais uma parte dela.

Ana D.

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