terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Agradecimentos

Olha eu falando sobre gratidão aqui de novo. Saber apreciar as coisas boas ajuda muito a passar pelas coisas ruins. E hoje eu vim aqui agradecer as pessoas especiais que me fizeram sobreviver ao ano de janeiro (que tá tão longo que ainda não acabou, mas as minhas férias sim).

No início das minhas férias, quase véspera de natal, eu tomei uma decisão muito difícil. Uma decisão que foi exclusivamente minha. Uma decisão que foi baseada em finalmente aprender a me colocar em primeiro lugar. Uma decisão que eu conheço a responsabilidade. Uma decisão em prol da minha saúde mental.

No decorrer dos dias eu me vi numa vida de nômade mais nômade do que a minha já conhecida vida de nômade. Eu me vi indo de lá pra cá e ficando cada vez mais insuportável e cansada de pedir favor pra todo mundo e com saudade da minha rotina. Mas acima de tudo, eu me vi cercada de pessoas especiais que me acolheram no decorrer dos últimos 36 dias. Pessoas que me davam casa, comida e roupa lavada (literalmente todos os três). Pessoas que me mandavam calar a boca quando eu ficava pedindo desculpas o tempo todo por estar incomodando. Pessoas que fizeram a minha sobremesa favorita para me agradar. Pessoas que me mandavam mensagem para perguntar como eu estava. Pessoas que colocaram presentinho pra mim embaixo da árvore de natal para eu me sentir em casa.

Nenhuma dessas pessoas substitui com quem eu queria ter passado a ceia de natal. Nenhuma delas exclui as outras da minha vida. Nenhuma delas é capaz de amenizar a minha dor. Mas cada uma delas fez a sua parte e me acolheu de braços abertos.

Esses 36 dias foram de muito choro, mas também de muito aprendizado. Eu aprendi que eu posso me divertir de vez em quando mesmo em meio a situações difíceis, porque eu sair me divertir e dar risada não anula o meu sofrimento, e eu não preciso sofrer o tempo todo (e nem provar nada para ninguém). Eu aprendi que, às vezes, as pessoas não lembram da família inteira quando falam “família em primeiro lugar”. Eu aprendi a enxergar as pessoas com quem eu posso realmente contar. Eu aprendi que família não é só pai e mãe, e que também pode ser tia, prima, afilhado, e até minha priminha de TERCEIRO grau - que vomitou em mim - e que eu nem sei se legalmente isso é um vínculo familiar (mas emocionalmente é e isso que importa), além de famílias já prontas que eu posso me enfiar lá e me sentir um pouco parte também.

  • Caio, Monica, Marcello, Carol, Lola e Blue; obrigada por me acolherem na família de vocês, pelo carinho e pelas comidas sempre deliciosas. E ao Caio, muito obrigada pela paciência e amor incondicional.
  • Tia Dalva, Ni e Luiza; obrigada pela paciência, pelas risadinhas da Luiza, e pelos bolinhos de abacaxi com chá gelado.
  • Caty, obrigada por ser a parte mais descontraída da família, por me fazer rir e por me dar um primo que também me deu suporte e foi ver Frozen 2 comigo porque você é chata.
  • Tia Zilda, Fabrízio, PAM e Benjamin; obrigada por terem me acolhido no dia mais difícil, pelo jantar maravilhoso e por fazerem eu me sentir em casa.
  • Obrigada também às minhas amigas da vida toda, Clara, Mari e Say, por finalizarem minhas férias com chave de ouro, e em especial à Clara e sua família por me acolherem, me darem banana e estrogonofe, e uma carona de moto (foi muito legal).

Foi um mês difícil, mas todos vocês fizeram ser "menos pior".

E no fim das contas, a única escolha que eu fiz foi escolher eu mesma.
Desculpa o egoísmo.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Retrospectiva 2019

A minha maior e mais importante "meta de ano novo", pelos últimos dois anos, era encontrar paz, na vida e, principalmente, dentro de mim. Eu li minhas retrospectivas antigas (como sempre faço), e percebi que 2018 e 2019 foram a continuação de uma história (triste) que começou lá em 2017, e eu espero do fundo do meu coração que com essa retrospectiva de 2019 eu feche essa trilogia de uma vez por todas.

Recentemente eu me dei conta de que, desde 2017, eu vivia presa a uma situação de vida, como eu descrevi na retrospectiva do mesmo ano, e foi lá naquela época que eu li um livro que mudou a minha visão de mundo e me lançou um dos maiores desafios da minha vida - conhecer a mim mesma -, e agora, no final de 2019, eu percebi que eu tenho de fato obtido êxito nesse aspecto. Eu tenho enxergado a mim mesma de uma maneira diferente e estou aprendendo a lidar com as situações de uma maneira mais madura e responsável, com o conhecimento de que nenhuma, repito, situação de vida, é capaz de destruir a minha vida inteira ou tirar completamente a minha paz. Eu aprendi a diferenciar os momentos de paz, quando tudo vai bem nas minhas esferas de vida, e a minha paz interior, que está sempre dentro de mim independente do caos ao meu redor. Está dentro de mim quando eu deito na cama à noite, ou quando eu escrevo no meu caderninho da gratidão, com a consciência tranquila de que eu fiz e continuo fazendo tudo que eu posso. Eu finalmente alcancei a minha resolução de ano novo de 2018, e agora eu conheço melhor a mim mesma e estou de bem comigo e com o mundo. Principalmente comigo.

Pausando um pouco essa parte mais profunda, vamos ao meu ano de 2019, de forma geral (e como sempre, dividido por trimestres - se eu conseguir lembrar de tudo que aconteceu em cada um).

No início do ano eu estava morando em Florianópolis. Fui membro da FEJESC (que expliquei na retrospectiva de 2018) por poucos meses, embora o trabalho fosse incrível e eu gostasse muito de ajudar as empresas juniores. Mas a faculdade estava me consumindo (MESMO! As matérias estavam muito pesadas e consumindo muito tempo) e eu fiz a escolha de priorizar os meus estudos. Foi um trimestre difícil, mas deu tudo certo, e eu finalmente comecei a dar os primeiros passos rumo ao meu TCC.

No segundo trimestre eu finalmente fiz meu terceiro estágio, depois de um ano só em aula em Florianópolis. Trabalhei na Zen e morei numa das cidades mais amorzinho de Santa Catarina, Brusque (mais conhecida como Bruxque). Sim, eu amei morar lá. Foi uma experiência INCRÍVEL em todos os aspectos. A empresa era muito legal e receptiva, o setor que eu trabalhei era de uma das minhas paixões desde o curso técnico (tratamento térmico), e os meus colegas de trabalho eram as melhores pessoas com quem já trabalhei. A cidade era muito legal, eu dava vários rolês de bicicleta no fim de semana (mesmo que a maioria dos rolês sempre acabassem na Havan), e eu realmente turistei e conheci cada cantinho que eu pude e amei cada pedacinho deles. (Fazer mercado nunca mais foi a mesma coisa porque o melhor mercado do mundo é Brusquense e se chama Archer e não existe em Florianópolis. Saudades). Eu morei num apartamento ao lado da empresa com mais seis estagiários. Foi uma enorme mudança de realidade para quem tinha uma kitnet inteira para si e passou a dividir não só o apê como o quarto. E foi aí que eu lembrei que, apesar das pequenas tretas, morar com mais pessoas é muito legal. Nos fins de semana eu me sentia um pouco sozinha porque todo mundo tinha família nas cidades vizinhas (e ir pra Curitiba de ônibus era uma saga interminável), mas foi aí que eu comecei a explorar a cidade e a minha paixão por pedalar e foi ótimo. De forma geral, o segundo trimestre do ano só não foi melhor porque acabou. Eu queria continuar em Brusque, mas não pude por motivos acadêmicos. Fiz minhas malas, me despedi da empresa, dei aquela choradinha e fui embora.

O terceiro e último trimestre letivo do ano eu nem sei se merece um parágrafo inteiro de tão ruim que foi. A faculdade estava ainda mais difícil do que no início do ano (nunca fale que um trimestre/semestre é o pior da sua vida, porque sempre tem o próximo), e ao voltar para Floripa eu me afastei de pessoas que, ao longo do anos, eu percebi que só me faziam mal, e isso me fez passar por uma período de readaptação, procurando novas companhias e novos hobbies. Porém, devo ressaltar dois pontos positivos:
1. Comecei meu TCC!! Conversei com meu professor e, em outubro, entrei no laboratório de soldagem para dar início ao meu TCC na minha outra paixão desde o curso técnico: soldagem.
2. Dei um gás na academia e na vida saudável como um todo. No início de 2019 eu mudei de academia em Floripa e descobri a melhor academia da ilha, que é a Natatorium, e o meu desempenho melhorou 150%, porque o ambiente e as pessoas são muito mais agradáveis e isso faz diferença sim e aumentou muito a minha disposição. Então quando voltei de Brusque (que eu tava meio preguiçosa porque a academia era longe), eu dei um gás, comecei a treinar e comer melhor, e descobri uma nova paixão.

No finalzinho do ano, ao vir de férias para Curitiba (um pouquinho antes do natal), eu tive muitos aprendizados em tão poucos dias. Minha vida virou de cabeça para baixo e eu descobri (na verdade foi uma confirmação) que eu tenho pessoas maravilhosas a quem recorrer quando tudo desaba, e que seguraram (e estão segurando) minha mão no que está sendo o momento mais difícil da minha vida.
Eu passei a dar ainda mais valor para o fato de ter uma família tão grande, sabendo que tenho pessoas maravilhosas perto de mim e que vão me acolher (literalmente) sempre que eu precisar. E não bastasse isso, tem a família que eu escolhi e que nunca me deixou na mão.

Nas últimas semanas eu tenho reforçado todo o aprendizado que falei no início desse texto, estando em paz comigo mesma, mesmo que sofrendo, mesmo que não satisfeita com a situação atual, sabendo que eu conheço a minha verdade, e que tudo que eu escrevo ou falo pode ser distorcido, mas eu falei, eu escrevi, eu botei a cara a tapa e expressei o que eu penso porque eu mereço isso, e o modo como as pessoas interpretam o que eu digo, infelizmente, foge ao meu controle.
Eu conheço a minha verdade. E o meu aprendizado de finzinho de ano foi perceber que isso é o que eu posso controlar, e que isso basta.

Eu construí muita coisa nesse último ano e nos últimos três anos (quem me conhece sabe porque eu sempre fico falando dos últimos três anos). Eu tenho certeza que eu posso fazer 2020 ser diferente, no que eu puder controlar ou melhorar. Eu sei que cabe a mim ter um ano bom. Eu sei que, embora eu esteja fazendo essa retrospectiva já em janeiro e eu não esteja feliz, a minha parte eu fiz e a paz que eu tenho comigo mesma é mais importante. Eu sou importante. E essa é a lição do último triênio que eu dou por encerrado aqui neste ponto final. E quem ainda está vivendo nesse ciclo e por acaso ler esse desabafo, eu só peço que entre neste novo capítulo comigo. Um capítulo de paz.