Não posso dizer que sinto falta. Falta de amar alguém. Falta de querer alguém. Pela primeira vez em muito tempo, eu posso dizer com toda a certeza do mundo que estou bem. Estou inteira. Estou me sentindo livre. Não sinto a necessidade de ter alguém ao meu lado. Aprendi a ser minha melhor companhia. Tudo o que eu preciso está aqui, dentro de mim. E é claro que adoro um carinho, alguém para passear de mãos dadas, mas estou andando muito bem sozinha. E como demorei para aprender isso. Foi uma longa e dolorosa lição. Mas valeu a pena. Ah, sim. Valeu muito a pena. Depois de sofrer tanto, me decepcionar tanto, eu percebi que minha própria companhia é muito melhor do que a de quem só me faz mal. Cansei dessa minha busca desesperada atrás de um amor. E entendi que não é assim que vou encontrá-lo. Quero alguém que me queira bem, que cuide de mim, mas não quero que essa pessoa seja "minha vida", apenas um companheiro. Porque uma vida eu já tenho e estou aprendendo a cuidar dela sozinha. Estou me amando. Todo o amor que eu saía "distribuindo" aos ventos, decidi guardar pra mim. E como amor não faz sentido guardado, estou me amando. Estou me amando muito. E quero um dia dividir esse amor com alguém. Ah, quero tanto! Mas não tenho mais pressa. Vou esperar ele me encontrar. Ou a gente se encontrar, se esbarrar numa rua qualquer. Como diria Clarice Lispector: Não procure alguém que te complete. Complete a si mesmo e procure alguém que te transborde. E eu me encontrei. Em meio a tantos (des)amores e sentimentos jogados ao vento, eu me encontrei. Eu hoje estou inteira. E que venha alguém me transbordar.
Ana D.
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