Você ocupava um espaço muito grande dentro do meu coração, e quando saiu de lá deixou um buraco tão grande, que não conseguiu mais se fechar. É como uma ferida. Se você cai e se machuca, aos poucos a ferida vai cicatrizando e o buraco vai fechando, mas se você cai novamente, sem ainda ter se curado, o machucado aumenta, e assim sucessivamente. E um dia esse buraco vai fechar, pois você vai aprendendo e começa a tomar cuidado para não cair mais, para não se machucar, mas a cicatriz... a cicatriz estará sempre ali.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
quarta-feira, 12 de maio de 2010
refrigerante
Não é para me gabar, mas eu sempre tive motivos de sobra para me considerar um ídolo das meninas do meu colégio. Sou alto, loiro, forte e supercobra no vôlei e no basquete. Isso me tornava um cara paqueradíssimo, que podia namorar ora uma, ora outra. Fidelidade eu só mostrava pela motocicleta que ganhara do meu pai (apesar dos protestos da minha mãe). Era uma CB400 transadíssima, e em volta dela normalmente se formava uma rodinha de meninas à espera de carona, no final das aulas. Mas eu não a dividia com ninguém, na minha moto só eu subia, e eu sabia direitinho como contornar as garotas, elas continuavam caidinhas.
Eu não tinha o que reclamar da vida, era lindo, inteligente, rodeado de garotas... O que mais um adolescente podia querer? Pois é, mas eu não me lembrava do fato de que a minha vida não seria assim para sempre, e foi quando eu cheguei aos 18 anos – último ano do ensino médio, festa de formatura – que eu esbarrei com ela. Era mais linda do que todas as garotas que me davam mole, mas ninguém reparava nela, pois sempre estava de óculos e cabelo preso, e eu nunca havia reparado em sua beleza exuberante.
O refrigerante deixou quase preta a minha camisa branquinha, e sujou um pouco o vestido rosa dela também, o qual nem consegui admirar antes do “acidente”, e depois de tê-la visto, eu só conseguia olhar para seu belo rosto, nada mais. Ela me olhou nos olhos, pediu desculpas várias vezes, desesperada, pensando em um jeito de consertar a situação. Mas eu não estava nem aí, após meus olhos terem se encontrado com os dela, parecia que eu estava hipnotizado. Acordei dos meus pensamentos, me dei conta do que havia acontecido, falei que não tinha problema, que não precisava se preocupar, e pedi desculpa por ter esbarrado nela e tê-la feito derramar refrigerante não só em mim, mas em si mesma também. A garota virou as costas e foi embora, sem graça. Eu a segui e a vi tentando ligar o motor do seu simples carro. Percebi que ela não conseguiria, lhe ofereci uma carona e disse que poderíamos voltar ali no dia seguinte e chamar um mecânico. Ela me olhou, então eu falei que também já estava indo embora, a festa estava sem graça mesmo. A bela moça hesitou por mais alguns instantes, mas acabou cedendo, era muito tarde para recusar uma simples carona. Então, Marcela foi a primeira garota que subiu na minha moto, primeira e única. Só depois fui pensar em como as outras meninas se sentiriam ao saber disso, mas elas que se danem, só sobe na minha moto quem é digno disso, e eu sentia que Marcela merecia esse privilégio. E com o tempo eu fui descobrindo o porque. Meu Deus, que garota encantadora! Ela era diferente de todas as outras, e como. Nunca vi menina mais difícil. Mas eu não desistia, eu não sabia o que tinha na cabeça. Só que na verdade, não era na cabeça, era no coração. Não dava para evitar, pela primeira vez na vida eu estava apaixonado. Minha mãe percebia, acabou descobrindo, se aproveitou da situação e conseguiu convencer meu pai a me dar um carro. Ela não gostava nem um pouco da minha moto, achava perigoso. Mas eu não a trocava por nada, era minha paixão, embora não fosse mais a única.
A primeira e última vez que usei meu carro foi quando Marcela finalmente aceitou sair comigo. Mas por trás daquele jeitinho meigo e tímido, descobri que existia uma garota que adorava uma adrenalina. Desde então só saíamos de moto, ela sempre estava presente conosco: no nosso primeiro beijo, nos momentos mais perfeitos. É, a estratégia da minha mãe não deu certo. Acabei vendendo o carro e guardando o dinheiro para meu casamento com Marcela. Dei-lhe um lindo anel, ela aceitou meu pedido, nos casamos e somos felizes.
Sinceramente, não sinto falta da minha adolescência, eu a aproveitei bem. E há duas coisas que nunca me deixarão esquecê-la: minha CB400, e a “bela garota do refrigerante”.
terça-feira, 11 de maio de 2010
Está bem, talvez eu não esteja tão fria assim. Hoje me bateu uma carência... Me senti sozinha, isolada, dentro daquela jaula que chamam de escola. Isso aumentou minha vontade de sair de lá. Parece que minhas amigas conseguem me trocar com facilidade. Sempre foi assim. Minha melhor amiga de infância, que conheci no jardim 2, tinha uma nova "amiguinha" a cada ano, eu sempre ficava em segundo plano, e isso me irritava. Talvez eu seja substituível. Na quinta série, entrou na turma a menina que passaria a ser minha melhor amiga na sétima e na oitava série. Quando ela surgiu, meu quarteto de amigas continuou sendo um quarteto. Fui substituída. Eu sempre ficava em segundo plano. Só recuperei o "meu lugar" quando a primeira garota que eu citei mudou de colégio. Na verdade, eu comecei a sentir meu lugar mesmo só no ano passado, mas às vezes me sinto meio deslocada, não sei se sou eu mesmo quem elas querem ali. Eu sei que fui uma idiota na sexta série, ao deixar de lado as únicas amigas que eu tinha para correr atrás da popularidade, mas elas podiam me perdoar, poxa. Ou talvez elas nem se importem com isso. Eu só queria ser valorizada, porque eu sou humana e cometo erros, mas sei que tenho o meu valor, e um dia alguém há de enxergar isso.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Parece que a cada dia que passa eu me torno uma pessoa mais fria. Já não me apego tão fácil e não me deixo abalar por coisas pequenas. Tudo bem, eu sei que muitas pessoas são assim, mas o sentimentalismo sempre foi uma característica marcante minha. Acho que é aquela coisa: depois de tanto se frustrar, a gente acaba se fortalecendo, e eu já caí tantas vezes, acho que no último tombo eu me levantei mais forte do que nunca. Uma vez recebi uma pergunta no formspring que dizia: "quando foi a última vez que você", e então tinha várias coisas, entre elas quando foi a última vez que eu chorei, e eu não sabia responder, porque eu não lembrava. Desde então continuo sem chorar, e isso é estranho, porque eu sempre fui muito chorona(até demais). Uns dias atrás, meus olhos quiseram se encher de lágrimas devido a um ocorrido, mas eu não permiti. Na verdade, nem era motivo pra choro, e eu me mantive firme, sem derramar nenhuma lágrima, porque eu decidi que não vou mais chorar por qualquer coisa, vou aprender a segurar minhas lágrimas quando não houver motivos suficientes para derramá-las, e essa é uma das poucas promessas que eu fiz para mim mesma e que estou conseguindo cumprir, e eu estou feliz com isso. Mas ainda assim é tudo tão estranho. Não estou reclamando, eu sempre quis mudar, parar de ser tão sentimental, e agora que estou conseguindo, me acho estranha, eu não pareço eu. Mas eu sei que sou eu, apenas estou mudando, não sei se para melhor ou para pior, depende do ponto de vista, mas eu acho que talvez eu possa ser feliz assim.
domingo, 9 de maio de 2010
Às vezes eu acho que nasci na geração errada. Por que vim ao mundo no momento em que nele vivem tantas pessoas fúteis e tão diferentes de mim? Será que minha missão é transformar a sociedade, o jeito das pessoas pensarem? Hm. O problema é que cada pessoa tem uma personalidade própria, e eu não posso mudar seus princípios assim, de repente. E entre as milhões de pessoas fúteis do mundo em que vivemos, eu sou só mais uma que quer mudar os pensamentos ridículos da sociedade. Acredito, sim, que existem pessoas como eu, mas somos tão poucos, se comparados ao resto do planeta. Não digo que devemos desistir, não, nunca! Mas nossa missão se torna mais difícil a cada dia que passa. Conheço pessoas como eu, simples, sem o pensamento do resto, e eu queria que essas pessoas tivessem nascido em outro mundo, junto comigo. Um mundo sem injustiças, sem desrespeito e sem desigualdade, um mundo que só existe dentro da minha cabeça. E tem pessoas que, por mais queridas que sejam, eu não gostaria de levar comigo para o meu mundinho, porque já foram contaminadas por essa idiotice global. Não existe mais beleza sem maquiagem, não existe uma roupa bonita se não fizer parte da moda do momento, não existem músicas românticas, as músicas de sucesso agora são as que falam de putaria! Não existe mais o amor puro, sincero e eterno, não existe casamento duradouro, não existem países pacíficos, onde não haja violência e corrupção, não existe igualdade! Existem extremos: o rico e o pobre, o executivo e o mendigo, a Ferrari e a carroça, a mansão com piscina e a casinha com goteira. É, bem vindo à sociedade atual. Não acredito que seja impossível mudar, ou ao menos melhorar essa situação. Quem sabe se cada um fizer a sua parte? Quanto mais pessoas conscientizadas, mais pessoas elas conscientizarão.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Esse amor banalizado de hoje em dia me faz lembrar a seguinte música:
http://www.youtube.com/watch?v=thc1MtNagC8 (não consigo postar o vídeo aqui :x)
E eu digo a música, não o vídeo, porque a história do clipe não tem nada a ver com o que eu vou falar. O "você me ama, mas não sabe quem eu sou" ao qual eu me refiro é o conhecer uma pessoa hoje, e já amá-la no dia seguinte, algo muito comum atualmente. As pessoas dizem "eu te amo" como se fosse um simples "bom dia", sem saber para quem estão dizendo, sem conhecer de verdade a pessoa. Acredito que seja possível se apaixonar em pouquíssimo tempo, acredito mesmo, mas a paixão, assim como surge do nada, acaba de repente, e paixão não é sinônimo de amor, muito pelo contrário. Eu realmente não sei definir paixão, mas o amor, ah, o amor é aceitar a pessoa como ela é, é amar não só sua beleza e suas qualidades, mas seus defeitos também. É achá-la bonita de pijama e descabelada, é querer te-la ao seu lado a todo momento, é pensar nela a cada segundo do dia, e mais outros milhões de sintomas que com certeza você que está lendo esse texto já sentiu. O amor também pode ser de amigo, de mãe, pai, irmão, família. Mas o amor ao qual me refiro é aquele que faz seu coração bater mais forte, te faz delirar, e eu não diria que nós só sentimos isso por uma pessoa em toda vida, porque amor acaba sim, e não é porque acaba que significa que não foi verdadeiro. Mas diferente da paixão, demora, e demora muito mesmo para acabar, para esquecer, às vezes nem se esquece, não é mesmo? Quando se apaixona acha que ama, mas não é a palavra certa. Às vezes gostamos muito muito de uma pessoa e já dizemos que a amamos, mas nem sempre é verdade, porque nós não sabemos demonstrar o que sentimos e achamos que tudo é amor. Eu mesma às vezes tenho vontade de falar que amo muito uma pessoa, mas não tenho certeza do que sinto, portanto me seguro até descobrir o que realmente estou sentindo. Carinho, afeto, amor de amigo, tudo isso confunde muito a nossa cabeça e nos faz pirar, mas o amor de verdade mesmo nós sabemos quando estamos sentindo, e só então percebemos que todos os outros "eu te amo" ditos foram em vão. Ou não.
sábado, 1 de maio de 2010
"Sou assim: intensa até limites insuspeitos. Sempre penso que as pessoas querem me abandonar, me enganar, ou simplesmente desconfiam de mim. Eu sabia que esse "Menina, você nunca vai me perder" era uma frase mentirosa para mudar de etapa, mas de toda maneira era a única coisa que me restava. Essa frase era o meu único sustento. E embora já fizesse quase um ano que ele a dissera, cabia perfeitamente no presente: eu não queria que me deixasse e ia lembrá-la se fosse necessário. Além do mais, adoro congelar frases. Acreditava, nesse tempo, ou queria acreditar, que frases como aquela não tinham prazo de validade. E contudo..."
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